Sempre que o termo “sistema de cabeamento estruturado (SCE)” está em pauta, é muito comum que algumas dúvidas também entrem em cena por parte dos gestores de TI, principalmente com relação ao investimento e a importância da implementação.
Embora este seja um tema pouco difundido entre os profissionais da área, o conceito de cabeamento estruturado é essencial para o planejamento de infraestrutura de TI. Aliás, estamos nos referindo a um aspecto que influencia diretamente no suporte, segurança e durabilidade dos equipamentos.
Quer saber mais sobre o assunto? Neste artigo apresentaremos tudo o que você precisa saber sobre cabeamento estruturado, seus benefícios e as razões para investir nessa solução. Confira!
O que é cabeamento estruturado?
O cabeamento estruturado é um método padronizado de cabear uma rede, considerando as normas de segurança — como a ANSI e a EIA / TIA —, melhores práticas e o maior aproveitamento de recursos dos equipamentos.
Quando falamos em Sistema de Cabeamento Estruturado, logo podemos relacionar a ideia ao ambiente de rede disposto de cabos responsáveis pela integração de serviços (dados e telecom), passando por algumas das instalações do edifício (entrada, armário de telecomunicações e sala de equipamentos, por exemplo).
A capacidade de se redirecionar por diferentes caminhos, dentro de uma mesma estrutura de cabeamento para que pontos distintos se comuniquem é uma das principais características do cabeamento estruturado.
Este conceito surgiu nos serviços de tecnologia de voz, porém, não demorou para se tornar uma solução para atender aos mais variados serviços de dados devido a grande adoção por parte das empresas e a organização criada por meio das normatizações.
Qual a sua importância?
Que tal iniciarmos este tópico propondo a você um teste? Tente imaginar o seguinte cenário: você está visitando um datacenter, pertencente a uma empresa altamente conceituada, e acaba por quase tropeçar em um cabo instalado no meio do caminho. No local, é possível ver outros cabos expostos a uma goteira e fios que atravessam as mesas do escritório.
Conseguiu adaptar a situação para a vida real? Logicamente, não! Em datacenters é praticamente impossível nos depararmos com isso, afinal, as grandes corporações fazem um planejamento de infraestrutura, tendo em vista o cumprimento de todas as normas técnicas (nacionais e internacionais) e o alto desempenho das máquinas.
Além disso, o cabeamento estruturado visa garantir que todo o projeto de infraestrutura seja plenamente capaz de operar por um período mínimo de 10 anos suportando, além dos processos, os servidores da rede local, a quantidade de switches, roteadores e sua extensão.
Por que a sua empresa também deve se atentar a esses aspectos?
Se assim como 77% das empresas (Dell & Intel) a sua também depende da Tecnologia da Informação para obter sucesso e crescimento, preciso considerar que 70% dos problemas com a rede são decorrentes do cabeamento (Real Decisions Institute; Furukawa).
Outro fator crucial é a flexibilidade e adaptação às mudanças. A Tecnologia da Informação é um setor em constante evolução e, com isso, o surgimento de novas soluções que podem ser aplicadas aos negócios é algo contínuo.
Contudo, o sistema de cabeamento estruturado é planejado justamente para suportar a implementação de nova tecnologia, assim como para reduzir consideravelmente os seus custos.
Resumindo: uma empresa que pensa por este lado e, então, investe no cabeamento estruturado, garante não apenas a segurança e a prevenção contra problemas técnicos, que podem deixar o sistema inoperante, mas também que a infraestrutura funcione a longo prazo e esteja pronta para novas tecnologias.
O que levar em conta na implementação?
Diante de tamanha importância que o cabeamento estruturado tem para a infraestrutura de TI, é elementar a contratação de uma empresa especializada, registrada no Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA), e com credibilidade no mercado para fazer essa operação.
Antes de fazer a contratação, verifique se a empresa prestadora de serviços tem credenciais de fabricantes e, se possível, faça uma consulta aos clientes que a contrataram recentemente.
Outra questão relevante é a atenção com a rede elétrica e aterramento. A rede elétrica deve ser dedicada e suportar todos os equipamentos ligados ao cabeamento estruturado, com vista em assegurar que a rede elétrica forneça a qualidade necessária, dadas as condições pelas quais ela passará.
O aterramento, por sua vez, deverá estar alinhado à rede elétrica de modo a fornecer toda a segurança e proteção necessárias, seguindo as normas da ABNT.
É muito importante também avaliar a competência da equipe de profissionais que a empresa fornece, sobretudo quanto à experiência com cabeamento estruturado e à utilização das normas técnicas. Pode parecer óbvio, mas vale a sugestão para que atente-se à qualidade dos produtos utilizados.
Quais as principais normas de cabeamento?
Já que falamos sobre normas técnicas, aproveitaremos o gancho para elencar as principais normatizações que influenciam na implementação do cabeamento estruturado.
Observação: a maioria das normas é internacional, portanto, foram criadas por institutos e associações renomados, como a IEEE (Institute of Electrical and Eletronics Engineers), TIA (Telecomunications Industry Association) e EIA (Eletronics Industry Association).
Agora vamos às normas físicas mais conhecidas:
- TIA/EIA-568-C.0 – Generic Telecommunications Cabling for Customer Premises;
- TIA 569-B – Commercial Building Standard for Telecommunications Pathways and Spaces;
- ANSI/TIA-606-A – Administration Standard for Commercial Telecommunications Infrastructure;
- ANSI/TIA-607-B – Telecommunications Grounding (Earthing) and Bonding for Customer Premises;
- ANSI/TIA-758-A – Customer-Owned Outside Plant Telecommunications Infrastructure Standard;
- ANSI/TIA-862 – Building Automation Systems Cabling Standard for Commercial Buildings;
- ANSI/TIA/EIA-1005 – Telecommunications Infrastructure Standard for Industrial Premises;
- TIA-942 – Telecommunications Infrastructure Standard for Data Center;
- IEEE-100BASE-TX – Fast Ethernet;
- TIA/EIA-568-C.3 – Optical Fiber Cabling Components Standard.
Todos esses padrões definem o tipo de cabo utilizado, bem como os limites e requisitos (distância, segmentos, frequência etc.) que a estrutura deve atender para garantir o funcionamento adequado.
Quais tipos de cabo podem ser utilizados?
Temos os cabos trançados e os de fibra óptica como os mais usados atualmente, sendo estes selecionados conforme os objetivos do negócio, isto é, o tipo de rede que estamos lidando.
O primeiro deles, o trançado, certamente é o mais conhecido e “dominado” pelos especialistas em informática, até por se tratar de um cabo utilizado há muitos anos para a implementação de redes. Dentre suas maiores vantagens podemos destacar o baixo custo e a facilidade para ser adquirido pronto ou sob medida.
Do outro lado temos o cabo de fibra óptica, projetado para atender a uma tecnologia muito mais moderna e que oferece uma série de benefícios, a começar pelo fato de que a fibra óptica é livre de interferências eletromagnéticas e, é claro, pela capacidade de trabalhar com altas taxas de transferência de dados.
Ainda sobre o cabo de fibra óptica, vale salientar que a tendência para a migração desta tecnologia é muito significativa. Muito disso se deve ao Programa Brasil Inteligente, lançado pelo Ministério das Comunicações, que prevê altos investimentos com objetivo de disponibilizar redes de fibra óptica a 75% dos municípios brasileiros.
A fibra óptica, embora ofereça muitos benefícios, tem a desvantagem dos custos mais elevados e a necessidade de mão de obra especializada. Portanto, optar entre os tradicionais cabos trançados e a fibra óptica é uma questão estritamente ligada às demandas da empresa.
Esperamos ter ajudado você a entender a importância do cabeamento estruturado para as empresas. Caso tenha dúvidas ou sugestões, deixe aqui o seu comentário!